Fazer escolhas faz parte do dia a dia das pessoas, a todo momento decidimos desde assuntos corriqueiros até os mais relevantes de nossa vida.
Existem as escolhas fáceis, de menor impacto futuro, e as mais decisivas como a escolha vocacional.
Finalizado o ensino fundamental o jovem precisa escolher o itinerário formativo segundo as diretrizes do Novo Ensino médio. Ao concluir o ensino médio se depara com a decisão sobre o que fazer! Curso técnico ou superior? Em que área/modalidade? Em qual universidade? Empreender?
O que tem fundamentado as escolhas dos jovens de hoje? Qual o grau de assertividade destas decisões?
O jovem enfrenta perguntas e questionamentos para as quais ele ainda não tem resposta.
Esta suscetível as tendências valorizadas na sociedade e pelo marketing dizendo o que é sucesso, felicidade, as profissões de futuro para um jovem, impondo um caminho do que acreditam ser melhor para ele!
Enfrenta o dilema da influência de familiares e amigos e fica dividido, ou perdido.
E por último, de muita relevância e impacto na vida futura do jovem, ele desconhece “quem ele é, seus talentos naturais, o que ama, suas motivações, não tem clareza sobre seu projeto de vida”.
Somado a isto desconhece a realidade da maioria das atividades envolvidas nas profissões, conhece pouco do mercado educacional, em termos de suas disciplinas, ou das oportunidades do mercado de trabalho. Outro elemento em jogo é que o jovem tem dificuldade de pensar em si mesmo em termos de uma ocupação, o que ele enxerga são as recompensas vindas do trabalho, tais como reconhecimento, status, remuneração, autonomia e sucesso.
Visualiza um curso superior/técnico como um fim em si mesmo, ou seja, a profissão que vai exercer o resto da vida…, mas sobre este ponto vamos discorrer em outro artigo, pois temos muito a dizer sobre isto.
Nesta equação, nós temos o jovem na fase da adolescência onde estão presentes as mudanças físicas e psicológicas, as crises comuns deste período e a imaturidade para projetar o futuro.
Quando se pensa em escolha profissional as pessoas não percebem a dimensão do quanto é profunda esta decisão. Ela está relacionada com a identidade da pessoa, o que a motiva, seus interesses, habilidades, estilo de vida, valores, seu “propósito”.
Em meio a tantas variáveis envolvidas no processo de escolha, e sem um processo que contemple ações estratégicas, vocês acreditam que é viável esperar que um jovem escolha, decida de forma relativamente rápida?
Escolhas sem levar em conta os aspectos discorridos neste artigo aumentam a cada dia as estatísticas de desistência dos jovens do curso superior. A queixa mais comum de pais e jovens é o desperdício de tempo e dinheiro em cursos equivocados. Quase sempre, nesses casos, a retomada na direção certa é bastante custosa.
O que fazer frente a isso?
Com o apoio de um profissional especializado, identificar primeiramente qual o grau de maturidade do jovem naquele momento para o processo de escolha. Transpondo esta fase, o profissional atua como um mediador, estimulando o jovem a novas descobertas e novos entendimentos sobre si mesmo e o mundo que o rodeia.
Numa segunda fase atua como mentor apoiando o jovem a se posicionar, descrevendo seu projeto de vida.
Na última fase, o jovem já é capaz de adotar uma direção fundamentada por estratégias alinhadas com o seu projeto de vida. Planejamento, pesquisa e comparações possibilitam a decisão assertiva.
O apoio dos pais é fundamental proporcionando o espaço necessário para esta descoberta e para efetivar na prática a sua escolha. E mesmo sendo a comunicação com o adolescente uma tarefa desafiadora o diálogo é crucial.
Denise de Camargo
Good Talents